domingo, 1 de julho de 2012

      Quando criança (ou quando mais criança do que hoje e do que amanhã) eu ficava muitíssimo intrigada quando um dia me cabiam os sapatos e no outro já não me serviam mais. Ouvia sempre a mesma resposta da minha mãe: “Porque está crescendo”... E nem assim isso entrava na minha cabeça, como assim “crescendo”? De um dia para o outro sem aviso prévio? Injusto eu pensava. E ficava tentando enfiar os pés dentro dos mesmos sapatos ultrapassados só para teimar com o ritmo da vida.

     Hoje ouvi uma coisa no mínimo inusitada. Que estou muito mais madura. Deu vontade de dizer: “Hã?!” Como assim? Essa contagem eterna de horas está me servindo para alguma coisa por fim. Deve ser assim. Crescendo invisivelmente e agora sem mais a medida dos meus pés para me dizer algo.
     Ainda mais injusto que antes...
 
             E depois? Voltar ao começo? Espero não terminar meus dias querendo enfiar a minha mente em algum buraco de agulha. Perfeição e tranqüilidade. Beleza sem fim. Até que não soa como uma má idéia, mesmo que os dedos apertem dentro do sapato pequeno...

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